Essa é uma pergunta bem difícil de responder, até para os mais fissurados. Por que escalar, sair da sua zona de conforto, se arriscar?
Muita gente não entende, chamam os montanhistas de malucos ou perguntam se não temos mãe em casa. Eu mesmo já me perguntei “o que que eu estou fazendo aqui?” no meio de um perrengue ou outro.
Pois bem, é difícil de explicar, porque simplesmente não tem explicação. É algo que vem de dentro, é maior que somente uma vontade, tem que sentir.
Quando eu vou para a montanha, vou ficando mais leve a cada passo, deixando para trás o peso dos estresses diários, as hipocrisias, padrões sociais, egos e outros problemas que temos que lidar a todo instante. A montanha é simples, primitiva e intensa.
Tenho um amigo que diz que na montanha as pessoas não aguentam segurar as máscaras por muito tempo. Os egos caem, e você automaticamente tem que concentrar todo o seu foco para si, os seus próprios limites, seus objetivos, enfrentar seus medos para SE CONQUISTAR ao final de tudo.
E quando você consegue se desprender totalmente da “máscara”, e viver aquele momento, e dar tudo de si, tudo acaba fazendo sentido. Pra quem acha que o cume é o principal objetivo, já vou adiantar: na maioria das vezes é pequeno, frio, venta pra caramba e a chance de você não ter aquela vista espetacular é grande!!
As lembranças mais intensas que tenho das aventuras que me joguei, são das amizades, dos gestos simples, das cores quando o sol está no horizonte, da brisa leve (ou forte demais.. Rs), do silêncio absoluto e dos mergulhos no meu consciente. Quando estamos sem as “máscaras”, estamos todos iguais perante a montanha, e os laços entre os montanhistas são amarrados em torno da humildade, do respeito e da gratidão de estar vivendo aquele momento.
Por que eu escalo montanhas?
No caminho pro cume você vai entender…
Por Erick Volpini -